quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Uvas, cachinhos, vassouras, jeropiga, feijoada, conversetas, sol na cara e dor de costas




Hoje lembrei-me.


Houve um momento de pausa,


sentei-me numa espécie de banco


e a conversa continuava.




Falava-se de sei-lá-o-quê, na verdade.




Depois fugi.




Lembrei-me que te dava o lanche a horas especificas.




Parava o que estava a fazer,


cortava um bocadinho de pão,


metia uma fatia de queijo


e pegava num iogurte magro.




Dizia: "Vó, vá, vamos lanchar."




"Então e tu, não comes? Também devias de comer."




"Eu já comi" ou "Então não está aqui a ver o meu pão?"




"Ah já comes-te?" ou "Ah tá bem! (sorriso)"




Gostava de te ver comer. Era mutuo.




Comer sem dentes sempre foi


uma especialidade tua.


Fazias uma cara engraçada.




Hoje lembrei-me.




Hoje lembrei-me deste ritual.




Cheguei também a uma conclusão:


Não sei o que valho longe das pessoas que gostam de mim e eu delas.


Como se elas me fizessem Ser.




E isso é muito importante.




Ás vezes esquecemos as coisas importantes.






Mesmo que esta me "desenhe" como uma pessoa


que precisa dos outros para Ser.




No fundo não me importo.

(Guarda-rios. Um dos meus animais preferidos)





segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Vontades*



Quero viajar.

Quero mesmo como quem quer ir e deixar as ideias feitas para trás.


Quero mesmo.


Quero ler uma história a uma menina à beira de uma fogueira.



Já dei por mim a admirar a personagem "Patinhas" da banda desenhada.

Não propriamente por todo aquele dinheiro que lhe desenharam, mas por todo o caminho que decidiram fazer para que ele tivesse conquistado a fortuna.


No fundo ele também queria alguma coisa.
Não queremos todos? A diferença está na força
com que levamos as nossas Vontades para a frente.
"Queremos ir em frente!"
Não sabiam que entre as linhas diziam:
"Queremos virar a história."


(Um dia, um dia também vou. E vai ser segredo.)