terça-feira, 11 de outubro de 2011

O shiuuuu disse


"O amor é eterno"


E leio esta frase exactamente quando a música se cala
e há um silêncio enorme que me envolve.

E pela primeira vez, desde há muito tempo,
não sei simplesmente o que dizer.
Por isso, vou ficar assim.






sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Morte

A maior injustiça de morrermos é não podermos viver mais.
é não podermos rir mais, não podermos correr mais, não podermos chatear mais alguém, não podermos chorar mais, é não podermos ter frio...

Percebem? É injusto morrer porque a morte supõe não podermos viver. Sentir.

E isso, meus caros, é uma merda.
Uma valente e derradeira merda.

Porque viver é a melhor coisa do mundo.

Até nos filmes, quando alguém morre, eu tenho pena. Porque já não vai viver, não vai acompanhar as coisas da vida.

E parece óbvia, toda esta conversa, mas acreditem, não é. Quando perceberem isto vão dizer o mesmo que eu: "que merda"

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O vento não faz barulho se não o quisermos ouvir

O ano do pensamento mágico.
Eu não o tive.
Passei-o à frente muito facilmente.
Os meus pessadelos era estares viva. Teres que passar por tudo outra vez.
Eu não queria, acordava assustada.

Agora estou naquela fase em que vou visitar-te e não choro.
Olho, penso, lembro e nada acontece.
Tenho medo desta fase.
Tinha.
Porque ontem aconteceu.
Aconteceu que no silêncio do sitio, o vento soprou-me ao ouvido, agarrei os meus braços. Olhei.
Fechei os olhos e senti o teu beijo. Fresco. Com barulhinhos de vento doce.

As lágrimas, a dor na garganta, os pensamentos constantes na tentativa que me ouvisses "vó, eu lembro-me de ti, eu lembro-me, eu lembro-me. Espero que estejas bem onde estás, espero que tenhas amigos aí, espero que estejas a tomar conta da mãe dele. Eu lembro-me"

Era só isto que me vinha à cabeça.

Às vezes, de forma engraçada, aparecem-me imagens tuas.
A última foi contigo a comer.
Aquilo sem dentes era muito engraçado de se ver :)
Passei muito tempo a olhar para ti, sem te aperceberes, só pela graça de te ver comer e concertar os óculos que deslizavam pelo nariz pelo movimento dos maxilares.
E lembrei-me também de quando me deitava ao teu lado e as minhas pernas eram o teu apoio para te poderes encostar.

Escrevi sobre ti numa carta, falei-te a alguém.
Espero que tenha sido justa à realidade.
À minha realidade.
Adoro-te.
Obrigada pelo silêncio e pelo vento.
Senti que estávamos próximas.