quarta-feira, 27 de abril de 2011

Fim do dia

Chegamos (ás vezes) ao final do dia assim.
Com a ideia de que vamos chegar a casa e vamos conversar e rir com alguém que chegou ontem.

Tenho pensado sobre a dificuldade de passar aquela invisível cortina que as pessoas, que acordam com mau humor ou apenas com aquele ar de "mais uma segunda-feira", criam à sua volta durante todo o dia.
Acho que são elas que a criam, sei lá.
Digo eu.
É assim todos os dias.
Lá arranjo tema de conversa pra desbloquear e soprar um bocadinho da cortina.
A política já não pode ser tema (algum dia o terá sido?).

É difícil porque sentimos que nós é que temos que quebrar um bocadinho o ambiente para o outro se sentir bem.

Se calhar foi para isso que nasci: desbloqueadora de cortinas invisíveis...

E eu que queria ser inventora de onomatopeias...
Acho que contar histórias inventadas a pessoas grandes não me irá dar boa imagem... até porque só as crianças acreditam nas coisas que inventam..raios...

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Deus

Hoje olhei para a foto de um amigo
e lembrei-me...
Lembrei-me que um dia,
num em que as horas de dormir foram raras,
abracei-me a ele na despedida
e disse-lhe ao ouvido

Não sei se Deus existe,
mas agradeço tanto por acreditares n´Ele...
assim será tudo mais fácil.

E disse-lhe naqueles abraços que nos tornam cúmplices e próximos e num só.
Foi o maior segredo que disse a alguém.
O maior porque foi à pessoa certa, aquela a quem eu só podia dizer aquilo.

E gostei tanto de me lembrar daquele momento.

E depois de ter lido a mensagem pensei "epa, isto vale tudo a pena"

Ainda bem que inventaram Deus.
Ainda bem que acreditas nele,
porque assim, meu querido,
tudo será bem mais fácil
e explicável

Um beijinho*

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Ai a infância, a infância...

- "A floresta é importante porque dá respiro..." E assim me contenho à frente do resto da malta, porque nem sei bem como lhe explicar que não se chama respiro ao oxigénio ou ao ar até, vá...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O CAMPEONATO É NOSSO, PAH!!

Há dias e noites, daquelas em que...pah... fogo, "não acabes tempo".

Esta é a realidade, é a verdade dos tempos, das pessoas, das relações, das virtudes e dos objectivos.

As palavras, essas, leva-as os ventos que por nós passam, mas... mas aquelas noites e aqueles dias em que não queriamos que acabassem... fogo, esses são para sempre.

Gritamos alto, dançamos muito, saltamos ainda mais vezes, abraçamo-nos a quem podemos, rimos mais do que pensavamos ser possível.

Caras amigas, amiguinhas, colegas,

Não sinto orgulho muitas vezes, mas naquela noite, em que gritámos mais do que podíamos, em que acordamos os velhotes todos (as nossas desculpas públicas), senti-o.

E não por mim, mas sim pelo exemplo que de vocês recebi e recebo quando estamos juntas. Pela força e compromisso com que vocês se entregam no campo e ao grupo, pelos valores, pelo "profissionalismo", pela honra, pela Vontade e motivações.

Acordamos com alguém a cantar baixinho "campeones del mundo" e apesar do resmungo colectivo, pelo "tina és uma cabra! deixa-nos dormir, pah!", "apaguem a luz!", "ai que a ressaca já está a bater", "eu ainda estou bêbeda...tirem-me isto!"... acordamos com aquele sorriso parolo que revela aquele vosso esforço durante tantos meses, tantas horas, tantos cansaços e ás vezes falta de vontade de ir correr e ficar a ver a novela (sim, no fundo todas temos um pouco de mulher dentro de nós)...

Deixaram-se cair as durezas e segredou-se "vocês são a minha maior família", "este é um dos dias mais importantes da minha vida". Não, não dizemos isto todos os dias, mas ali, à frente de todos, não se teve medo e sobriamente dissesse o que o coração queria.

E não somos assim tão sentimentalistas. Não vamos todas dar abraços, não choramos todas, mas a verdade é... a verdade é que todas sentimos o mesmo... Umas mais, outras menos, mas sentimos.

Esta não é uma equipa qualquer.

Não.

Esta tem a dita personalidade, esta tem a tal estrutura, esta tem o campeonato e a vitória nas mãos e nos pés.

Tem a melhor defesa, o melhor ataque, a melhor marcadora, o rei, o mágico, as velhotas, as mal-dispostas, as engraçadas, as cultas, as lideres, as mimadas, as simpáticas, as amigas e até as estranhas...

Um jogo de cada vez, um dia após o outro.

Um dia talvez consiga explicar o porquê de vocês serem tão importantes para mim, porque é que comemoro, porque é que quando venho do Brasil e me lembro de vocês até vou a alguns treinos, e passo o tempo todo a rir e a adorar o 5 pra 0 e porque é que são sempre a minha prioridade depois da família do sangue.

Estamos muito longe da perfeição, os amuos também vão aos treinos, os paus também aparecem e até o Carlos lá vai (private joke entre guarda redes, não questionar!), mas caraças se eu não gosto de vocês!

"Tens de ser sempre sempre sempre Caranga, ouviste?"

Sim:) sou desde pequenina:)

CARAI! SOMOS CAMPEÃS!!! IIIIIEEEEEE!!!


(A verdade é como aquilo que me acontece perante as caixinhas de música... não sei explicar o compromisso que tenho perante este grupo e que me faz colocá-lo muitas vezes à frente de muitas coisas e à frente de muitas pessoas. Um dia chorei por não me terem deixado vir para esta equipa... Era o meu sonho estar aqui. Um sonho realizado e que superou mais do que as expectativas. Há coisas assim. Em que apesar de não sabermos porquê gostamos do que sentimos quando estamos todos juntos.)

terça-feira, 12 de abril de 2011

As caixas, ai as caixas

Não sei muito bem
porque razão estes objectos me fascinam tanto...

Era capaz de passar horas a ouvir o som.
Não aquele típico das caixas de joias.
Não.
São mesmo os sons diferentes dessas caixas que me arrepiam.
Um dia,
como prenda de aniversário,
a minha prima enviou-me a música de uma caixa como mensagem para o telemóvel.
Foi a uma loja, meteu aquilo a tocar e guardou para me enviar à meia noite.

Foi uma das melhores prendas de sempre.
Um som.
Um lindo e fascinante som.






quinta-feira, 7 de abril de 2011

Se o vento falasse...

Se ele dissesse o que quer
aos ouvidos que o querem ouvir
às faces que o querem sentir...

aos segredos que o querem contar...

às poesias que o querem cantar...

às mãos que o querem dar....

ao Amor que o quer tocar...

Se ele dissesse o que quer
aos tempos e momentos que o querem ter,
diria...
Algo como o que diz um homem quando beija uma mulher.




terça-feira, 5 de abril de 2011

Maria João & Mário Laginha - A Minha Pele

Maria João & Mário Laginha - Beatriz

A dificuldade está em...

...ver para além destes valores e do que acho que é correcto.
Nunca pensei que fosse tão difícil.
Difícil entender e ver uma realidade num determinado estado.

A política e as coisas que lhe estão ligadas não fazem sentido para mim, nem consigo ver as coisas como todos vêm... Acho que está relacionado com a história, com as coisas que sempre foram assim, com um passado de ditadura e coisas e tal... Tentaram explicar, mas não percebo porque não aceito, não consigo ver as coisas assim... E penso: "oh cérebro, ´tás parvo ou quê, pah?! Todos percebem e aceitam e tu não?! estás numa de difícil?"
E pronto.

Depois nas relações é a mesma coisa...
É exactamente igual.

Para mim há coisas que deviam ser mais radicais, mas de fazer sem pensar nas consequências, mais numa perspectiva e noção das coisas mortais e finitas e não pensando num futuro e nas dificuldades do mesmo...
Para mim ou se dá ou não se dá, não há cá intermédios, não há cá mornos nem assim assim, nem coisas que o valha. Não há, pronto!

Se houver esses "dou mas não tudo", esses "quase tudo", esses que tais, não faz sentido...
Temos de estar sempre a provar o que valemos, temos que dar.

Acho que na religião, nas crenças, é a mesma coisa.
Por isso é que os ditos cristãos e esses que dizem "sou católico" e não sei quê me irritam de muitas maneiras.
Eu irrito-me.
Devia ter nascido noutro seio religioso.
Devia porque, tal como me influenciaram neste, também me iam levar a outras práticas e sentidos entendidos por mim. Acho...
Lá na Líbia anda tudo uma bela merda, guerra praqui, tiros e bombas pracolá... mas carai, o momento de rezar é comum a todos, todos se ajoelham, todos pedem, todos se entregam.

Acho que devíamos ser mais assim.
Mais radicais (sem a parte dos tiros e tal).

A culpa é minha.
Não, a guerra não é culpa minha (acho eu...a última vez que confirmei não era minha, mas isto nunca se sabe...).
A culpa é minha nos pedidos mais radicais, mais fora dos limites.
Porque mais uma vez...não percebo estas coisas sem ser desta maneira, esta que me faz sentir que devia ser assim e pronto.

"Ai que temos de respeitar os outros, ai que temos de aceitar como são, ai que eu sou assim e assado porque cozido não sei quê."

Tenho pra mim que é este o problema.
A regras nas relações.

Ontem cheguei ao final do dia e pensei bem alto "MERDINHA pra ti oh Miguel Esteves Cardoso! O Amor puro inventaste-o tu! Não me venhas com esses elogios, com essas conversas Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há ... porque acho que já não há..."

É como dizes e perguntas, meu caro: Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. (...) Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? (...) O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.

Houve uma altura em que li este imenso texto várias vezes.
Na altura em que sabia ainda menos o que era o Amor.
E ontem, meu caro, era pra te atirar uma mega cadeira que tenho lá em casa, mas depois pensei que tu é que deves saber como são as coisas. Miguel, eu até te curto, fico sempre de boca aberta quando te leio, mas pah... facilita... explica lá como se faz...

Se as pessoas não dão porque amanhã também é dia... Fiquem em casa...

A questão é: será que não fomos feitos pra andar no limbo? Não somos física e psicologicamente feitos para amar de forma pura como dizes, Miguel? Se calhar não fomos... E a provar-se tal facto... A tua e a minha teoria são uma merda como invenção, digo-te já.

E não digo que isto supõe estarmos sempre sempre nos extremos, sempre no limite... Não. Até porque não estamos sempre a amar ou seja lá o que isso for. E não supõe também que estejamos sempre a dar presentes ou a dizer ao mundo o que o coração quer dizer, não.
Supõe outras coisas.

Mas que sei eu... Eu que até ando a ouvir Maria João...aquela que nalgumas músicas inventa gritinhos e vive ali sozinha na sua bolha enquanto canta...


P.S.: (não, não é o partido) Este computador está parvinho de todo e está-me a tentar fazer escrever com o novo acordo... sublinha as palavras com "c" e tal a vermelho... Cara caixa de fios, eu sou do benfica. Por isso podes continuar com a tua insistência. O novo acordo e a minha aceitação será realizada, mas quando EU quiser, ok?? vai lá sublinhar pró raio que ta parta!

É, hoje estou assim.

domingo, 3 de abril de 2011

A razão é simples

O senhor leva a filha ao autocarro. A correria do domingo acaba ali, naquela entrada, subindo as escadas, sentando-se no banco que a leva para longe dele. Os pensamentos já iam longe. bem longe..... de mim... Não, não temos o direito de pedir aos outros o que nos falta... Não podemos pedir para estarem mais perto, mais juntos, mais doces, mais presentes só porque nos sentimos mais sós... Só porque nos deviam já ter dado essas coisas que nos fazem sentir mais seguras. A razão é simples: não temos o direito de esgotar ninguém em nós, não podemos porque cada um dá o que pode e quer dar por vontade própria; não podemos pedir que nos dêm o que nos falta sem que tenham já decidido dar... Não podemos tornar as dádivas dos outros numa espécie de imposições nem demasiado "plásticas". Por isso não podemos pedir nada. Não temos esse direito. Eu quase nunca espero nada dos outros. Defeito das pisadelas no caminho. O que vier vem; o que não vier já se sabia. E tenho-me esquecido disto. Assim não se esgota ninguém, não nos cansamos, não há desilusões, não há... promessas. Contamos com o que temos. Não pedimos. Não esperamos. Apenas daquilo que podemos fazer.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Vemos as coisas como temos o coração

"A caminho da Catedral de Chartres, um homem encontrou um outro homem que ia partindo pedras para a construção da catedral. Parou e perguntou-lhe porque o fazia. O homem, angustiado e de forma amargurada, respondeu-lhe:
"Faço este trabalho miserável porque a minha vida é miserável. Tenho dores por todo o corpo, sede, a cara suja de pó de pedra, e odeio fazê-lo. Mas não tenho outra hipótese."
Mais à frente, encontra outro homem, que também vai partindo pedras para a grande igreja, e faz-lhe a mesma pergunta; porque faz aquele trabalho? Este, com um ar satisfeito, diz-lhe:
"Não é um mau trabalho. Dá para ganhar dinheiro e dar de comer à minha família. E isso é bom."
Adiante, encontra um outro canteiro, que esculpia a pedra com uma expressão extremamente feliz. Pergunta-lhe: porque fazes este trabalho? O outro respondeu-lhe:
"Estou a construir uma catedral!"

tirado daqui: http://folhas-de-cha.blogspot.com/