domingo, 3 de abril de 2011

A razão é simples

O senhor leva a filha ao autocarro. A correria do domingo acaba ali, naquela entrada, subindo as escadas, sentando-se no banco que a leva para longe dele. Os pensamentos já iam longe. bem longe..... de mim... Não, não temos o direito de pedir aos outros o que nos falta... Não podemos pedir para estarem mais perto, mais juntos, mais doces, mais presentes só porque nos sentimos mais sós... Só porque nos deviam já ter dado essas coisas que nos fazem sentir mais seguras. A razão é simples: não temos o direito de esgotar ninguém em nós, não podemos porque cada um dá o que pode e quer dar por vontade própria; não podemos pedir que nos dêm o que nos falta sem que tenham já decidido dar... Não podemos tornar as dádivas dos outros numa espécie de imposições nem demasiado "plásticas". Por isso não podemos pedir nada. Não temos esse direito. Eu quase nunca espero nada dos outros. Defeito das pisadelas no caminho. O que vier vem; o que não vier já se sabia. E tenho-me esquecido disto. Assim não se esgota ninguém, não nos cansamos, não há desilusões, não há... promessas. Contamos com o que temos. Não pedimos. Não esperamos. Apenas daquilo que podemos fazer.

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