terça-feira, 5 de abril de 2011

A dificuldade está em...

...ver para além destes valores e do que acho que é correcto.
Nunca pensei que fosse tão difícil.
Difícil entender e ver uma realidade num determinado estado.

A política e as coisas que lhe estão ligadas não fazem sentido para mim, nem consigo ver as coisas como todos vêm... Acho que está relacionado com a história, com as coisas que sempre foram assim, com um passado de ditadura e coisas e tal... Tentaram explicar, mas não percebo porque não aceito, não consigo ver as coisas assim... E penso: "oh cérebro, ´tás parvo ou quê, pah?! Todos percebem e aceitam e tu não?! estás numa de difícil?"
E pronto.

Depois nas relações é a mesma coisa...
É exactamente igual.

Para mim há coisas que deviam ser mais radicais, mas de fazer sem pensar nas consequências, mais numa perspectiva e noção das coisas mortais e finitas e não pensando num futuro e nas dificuldades do mesmo...
Para mim ou se dá ou não se dá, não há cá intermédios, não há cá mornos nem assim assim, nem coisas que o valha. Não há, pronto!

Se houver esses "dou mas não tudo", esses "quase tudo", esses que tais, não faz sentido...
Temos de estar sempre a provar o que valemos, temos que dar.

Acho que na religião, nas crenças, é a mesma coisa.
Por isso é que os ditos cristãos e esses que dizem "sou católico" e não sei quê me irritam de muitas maneiras.
Eu irrito-me.
Devia ter nascido noutro seio religioso.
Devia porque, tal como me influenciaram neste, também me iam levar a outras práticas e sentidos entendidos por mim. Acho...
Lá na Líbia anda tudo uma bela merda, guerra praqui, tiros e bombas pracolá... mas carai, o momento de rezar é comum a todos, todos se ajoelham, todos pedem, todos se entregam.

Acho que devíamos ser mais assim.
Mais radicais (sem a parte dos tiros e tal).

A culpa é minha.
Não, a guerra não é culpa minha (acho eu...a última vez que confirmei não era minha, mas isto nunca se sabe...).
A culpa é minha nos pedidos mais radicais, mais fora dos limites.
Porque mais uma vez...não percebo estas coisas sem ser desta maneira, esta que me faz sentir que devia ser assim e pronto.

"Ai que temos de respeitar os outros, ai que temos de aceitar como são, ai que eu sou assim e assado porque cozido não sei quê."

Tenho pra mim que é este o problema.
A regras nas relações.

Ontem cheguei ao final do dia e pensei bem alto "MERDINHA pra ti oh Miguel Esteves Cardoso! O Amor puro inventaste-o tu! Não me venhas com esses elogios, com essas conversas Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há ... porque acho que já não há..."

É como dizes e perguntas, meu caro: Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. (...) Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? (...) O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.

Houve uma altura em que li este imenso texto várias vezes.
Na altura em que sabia ainda menos o que era o Amor.
E ontem, meu caro, era pra te atirar uma mega cadeira que tenho lá em casa, mas depois pensei que tu é que deves saber como são as coisas. Miguel, eu até te curto, fico sempre de boca aberta quando te leio, mas pah... facilita... explica lá como se faz...

Se as pessoas não dão porque amanhã também é dia... Fiquem em casa...

A questão é: será que não fomos feitos pra andar no limbo? Não somos física e psicologicamente feitos para amar de forma pura como dizes, Miguel? Se calhar não fomos... E a provar-se tal facto... A tua e a minha teoria são uma merda como invenção, digo-te já.

E não digo que isto supõe estarmos sempre sempre nos extremos, sempre no limite... Não. Até porque não estamos sempre a amar ou seja lá o que isso for. E não supõe também que estejamos sempre a dar presentes ou a dizer ao mundo o que o coração quer dizer, não.
Supõe outras coisas.

Mas que sei eu... Eu que até ando a ouvir Maria João...aquela que nalgumas músicas inventa gritinhos e vive ali sozinha na sua bolha enquanto canta...


P.S.: (não, não é o partido) Este computador está parvinho de todo e está-me a tentar fazer escrever com o novo acordo... sublinha as palavras com "c" e tal a vermelho... Cara caixa de fios, eu sou do benfica. Por isso podes continuar com a tua insistência. O novo acordo e a minha aceitação será realizada, mas quando EU quiser, ok?? vai lá sublinhar pró raio que ta parta!

É, hoje estou assim.

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