sexta-feira, 13 de abril de 2012

A chuva que cai é sempre bonita. É uma ode. Um cântico.

As viagens longas, o tempo até chegar, as amêndoas saborosas guardadas, os nervos e ansiedade que sente no meu primeiro dia de trabalho.
Há sempre alguém a quem queremos contar as coisas engraçadas do dia, o que nos fez pensar mais um pouco, o que fizemos de bom e de mau.
A justiça é toda a gente do mundo ter alguém com quem falar e a vontade de o fazer.
Hoje não é um dia assim tão especial, não marcamos o aniversário ou uma data especifica, mas acho que é por isso que quero contar-te.
Irias gostar de o conhecer, de o ver, de rir com as suas piadas e palhaçadas que faz só para me fazer rir.
Irias gostar de saber que ele faz coisas como se fosse um principe verdadeiro das estórias de encantar.
Reconhece os meus gestos e percebe os simbolismos, as razões. Cresceu na bondade e nos pormenores e eu cresci no olhar para o que faz sentido.
Irias gostar de conversar com ele. Ele sabe o que nos liga e como pensamos.
Ele sabe que tu és a luz e que o que nos temos entre nós é eterno.
Ele sabe.
E sente-o.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

As viagens ao centro de nós

Há alturas em que sabemos "epa gosto mesmo disto, o meu futuro é aqui", "o meu sonho é este"
Mas depois vamos até outras "paragens" e deixamos de saber tão bem e tão concretamente o que nos interessa.
Não sei explicar porque se sente esta "inexistência de sentires que se sentiam", de certezas, de objectivos.
Acho que temos sido levados a pensar e a fazer coisas que não sabiamos e nem tinhamos pensado fazer.
Esqueçam as conversas de "a experiência é importante, os desafios, os bla bla blas".
Esqueçam as vantagens e desvantagens.

O tempo anda, uma semana de cada vez, um dia cumprido ao final da noite.

Não sei explicar porque é que já não sinto a certeza daquilo que quero fazer no futuro. Só sei que não é porque quero fazer isto.
Acho que alguma coisa fugiu de mim. Acho que é isso.

Não acho que seja por teimosia ou birra o que digo sobre o presente.
Acho que até tenho jeito, levo o rádio para o quarto delas para ouvirem o terço e a missa porque sei o quanto simbolico é esse gesto. Mas recuso-me a ver os seus olhares, a aceita-los. A aceitar o espaço, as rotinas, a tão grande falta de projectos...

Acho que no fundo o sitio vai contra a minha maneira de ser e isso está a entrar em colisão com o que sinto.
Eu sou da liberdade, do espaço aberto, das cores, do tempo de sobra.
E não é isso que há.

A evolução da vida não devia ser isto.
Acho que deviamos de ter um mecanismo interno que nos impedia de aceitar as tardes sentadas no sofá à espera.

Acredito que haja gente cansada demais, que apenas querem um momento de sossego.
Aceito.
Mas por vezes...quase sempre...custa.