quarta-feira, 11 de abril de 2012

As viagens ao centro de nós

Há alturas em que sabemos "epa gosto mesmo disto, o meu futuro é aqui", "o meu sonho é este"
Mas depois vamos até outras "paragens" e deixamos de saber tão bem e tão concretamente o que nos interessa.
Não sei explicar porque se sente esta "inexistência de sentires que se sentiam", de certezas, de objectivos.
Acho que temos sido levados a pensar e a fazer coisas que não sabiamos e nem tinhamos pensado fazer.
Esqueçam as conversas de "a experiência é importante, os desafios, os bla bla blas".
Esqueçam as vantagens e desvantagens.

O tempo anda, uma semana de cada vez, um dia cumprido ao final da noite.

Não sei explicar porque é que já não sinto a certeza daquilo que quero fazer no futuro. Só sei que não é porque quero fazer isto.
Acho que alguma coisa fugiu de mim. Acho que é isso.

Não acho que seja por teimosia ou birra o que digo sobre o presente.
Acho que até tenho jeito, levo o rádio para o quarto delas para ouvirem o terço e a missa porque sei o quanto simbolico é esse gesto. Mas recuso-me a ver os seus olhares, a aceita-los. A aceitar o espaço, as rotinas, a tão grande falta de projectos...

Acho que no fundo o sitio vai contra a minha maneira de ser e isso está a entrar em colisão com o que sinto.
Eu sou da liberdade, do espaço aberto, das cores, do tempo de sobra.
E não é isso que há.

A evolução da vida não devia ser isto.
Acho que deviamos de ter um mecanismo interno que nos impedia de aceitar as tardes sentadas no sofá à espera.

Acredito que haja gente cansada demais, que apenas querem um momento de sossego.
Aceito.
Mas por vezes...quase sempre...custa.

2 comentários:

  1. Imagino mesmo que custe!

    Obrigada por o dizeres!

    Que criemos esse mecanismo interno que nos impeça de aceitar que a evolução termine assim em "tardes à espera".

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