Lembro-me daquele momento em que entramos no castelo ao som dos acordes da viola.
De olhar para o chão com ervas misturadas com junco.
Lembro-me de sentir uma coisa no estomago. Há quem diga que é onde temos o coração.
Sentamo-nos os 4.
Não falamos mais. Só sorriamos. "Já aqui estamos. Já começou."
O senhor canta fado, com misturas de jazz, cabo verde, india...
Fala do Amor e da importância do silêncio entre os acordes.
Reconheço apenas uma música.
O sol, não muito quente, o fim de tarde de verão, o chão, o fado, a amizade, os sorrisos de quem chegou.
É a este momento, a este espaço de tempo e lugar, que regresso quando o coração aperta e as coisas fogem do controlo.
Esta paz, esta melodia.
António Zambujo. No castelo. Naquele dia. Depois da praia, depois do passeio.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
As coisas que não se entendem
Sempre que podia metia conversa com ela.
Num chat minusculo que lhes permitia trocar rápidas palavras e
saber como estava a correr a vida.
Já o tinham feito talvez 3 vezes.
Não se viam há 2 anos.
No último fugaz encontro ela disse-lhe que tinha saudades dela.
A outra reagiu como "estava a ver que nunca mais o dizias"
Ela diz que sempre a admirou, que
"quando for grande quero ser como tu :)
ter essa atitude"
Percebo nestas palavras,
rápidas e simples,
que ela sempre me quis dizer aquilo.
Era por isso que sempre que podia,
falava por ali.
Acabo a conversa sem perceber como podemos ter este efeito nas pessoas.
Acho que, se todos soubessemos aquilo que podemos mudar nos outros,
seriamos todos mais misericordiosos e bondosos.
Andariamos com a alma mais leve,
mais limpa,
mais luminosa.
Com menos culpa e medos.
Subscrever:
Mensagens (Atom)