quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O Deus, a virtude, o querer, o silêncio

Estou vestida com um casaco que não é meu.
Cheira a... alguém. Os cheiros fazem com que o cérebro produza imagens, momentos de imagens.
A mulher tem o sentido do olfacto mais desenvolvido que o do homem, chegando a ser 100 vezes superior na altura da ovulação.

Interessante. Temos quase nariz de cão durante um bocadinho todos os meses =)

Ontem falámos de Deus.
No infinitamente pequeno, no infinitamente grande, em nós, no sentido da existência.
Na necessidade de o provar aos outros.
Na necessidade de o sentir, de acreditar.
No silêncio que é necessário haver quando rezamos...para ouvir Deus, dizia ele.
"é preciso dizer: Eu quero!".

Parece fácil. Parece tão... bonito...

Eu perguntava "então nem toda a gente consegue ouvi-lo...(?)"

Acho que o dizia com aquele ar de criança desapontada, mas ao mesmo tempo esclarecida, como se o facto de eu não o conseguir fazer tivesse uma explicação, como "Ah então é por isso!"...
É tão dificil para mim entender estas coisas...

Como é que alguém vai "falar" com Deus?
O ar de felicidade que transparecem depois é tão... tocante (?)...

Também gostava.

Acho que um dia vou conseguir.
Também acho que o medo de depois me desligar, como já o fiz, O magoe...
"Quer dizer, disseste que ias tentar e agora já estás a recuar outra vez?"

Posso dizer uma coisa, uma coisa egoista?
Se calhar, se conseguir chegar a Ele chego a elA.


A criança tem estado calma.
Não que já tenha percebido o porquê desta demora, o afastamento, mas tem estado mais tranquila.
A Esperança não a abandona e isso deixa-a tranquila.
As Saudades é que passam à frente na fila e deixam a Esperança para trás.
Aí é que é dificil.

Posso dizer um Segredo?

Ela foi, apenas e só, quando deixou tudo pronto.
Sabem aquelas mulheres que apenas saem de casa quando a casa está arrumada? Loiça do almoço lavada, chão varrido e limpo...?

Ela fez o mesmo, mas de outra forma.
Deixou-nos acompanhadas, apoiadas, seguras.
Deixou o triangulo preenchido, ocupado.
Sabia que não seria a mesma coisa, que não ia melhorar toda a dor, que o tempo não iria alterar assim tantas coisas, mas... só foi quando tinhamos suporte, razões para ainda perceber o significado de uma rosa.

Certificou-se disso, entendes?
Deixou nascer um bebé, deixou-me sentar...

Não, ainda não sei quem sou.
Ainda choro, ainda fico triste, ainda penso, ainda sinto.
Mas não digo. As pessoas têm medo e não perguntam.
Ainda bem. Não saberia o que dizer. Talvez mentisse. Talvez chorasse.
E nada disto faria mal.

Eu estou bem.
Só que tudo muda quando já não podemos tocar e sentir alguém que fazia de nós quem éramos.
Será que se percebe?
E isto será sempre tema para mim, mesmo que triste, mesmo que já farte, mesmo que já não se queira saber.
Alguma vez esquecemos uma parte do que somos?


See you soon.

1 comentário:

diga lá então...