sábado, 26 de dezembro de 2009

Titulo anónimo...

E se o (a)Amor não for perceptivel a todos?
Ou melhor: Será possivel passarmos a vida a achar que o (a)Amor é uma coisa, mas afinal não é nada disso?
Aminha última conclusão sobre este assunto (o eterno assunto), é que nem toda a gente
é capaz de amar.
Demasiado extremo? Chocante? Questionável? Mentira?
É, parece que é isto tudo...
Posso tentar explicar?
Eu não sei o que é o Amor.
Parece que quero materializá-lo demais, dizem uns, parece que se sente quando se ama, dizem outros, parece que é algo que não se explica, replicam os restantes.
No entanto, gosto de pensar noutras condicionantes, noutros "adereços" subjacentes à questão.
Portanto, tendo em conta que as tentativas de explicação por parte das pessoas
que dizem que sabem o que é esta tal Coisa, não correspondem definitivamente às minhas expectativas nem pedidos mais exigentes, digo muitas vezes:
"Acho que não é nada disso, essas coisas que dizes são palavras de outros escritores, poetas. Acho que ainda não sabes, que confundes tudo, descreves paixão, não (a)Amor." Depois venho com a ideia de que a idade que tem não lhe deixa ver para além daquilo que me diz..
Bem acho que é preciso alguma orientação aqui neste texto... Depois de aceitar que até há diversos tipos de (a)Amor, vou escolher apenas o que mais dúvidas abarca para mim. Aquele que dizem sentir pelo "sexo oposto", vá, aquele que não é pelos pais, irmãos, amigos, etc. incluindo o que há nas relações entre o mesmo sexo, a expressão "sexo oposto" é mesmo só isso, uma expressão.
Ontem vi um filme. Uma senhora disse para um rapaz "se achas que consegues colocar a pessoa de quem gostas à frente de ti próprio, então casa com ela."
Depois lá pelas tantas da noite vi outro. Uma mulher acabou com o namorado, depois de 5 anos de relação, porque "mais do que te amo a ti, amo a mim mesma".
Acho que não vou conseguir explicar a ideia inicial, aquela de que nem toda a gente é capaz de amar...
Não tem nenhuma base segura, eu própria tenho algum medo em afirmá-la, acho que há muitas experiências que provam o contrário... E, principalmente, acho que é preciso saber de que definição de (a)Amor é que estamos a falar para saber se esta ideia se pode encaixar...
Ingenuidade de criança: "as pessoas más não são capazes de amar".
Psicóloga: "as pessoas más só parecem que não são capazes de amar porque alguma coisa as magoou muito, as desviou do lugar e elas não souberam lidar com elas da "melhor maneira"."
Bem, para terminar (acho eu), so queria dizer que adoro e me divirto imenso com a cara das pessoas que, chocadissimas, me dizem:
"hã?? tu não amas o teu namorado?? então o que é que sentes por ele?? credo, coitado!! depois deste tempo todo? ainda nao o amas? então mas não queres estar com ele, não gostas dele? não estou a perceber..."
eheheheheh!
Um dia, numa destas conversas, quase que uma amiga me levou a acreditar que era amor... sim, a sério, quase que cheguei a casa e... tumba! "olha lá, chega aqui que acho que sinto uma coisa por ti" =)
Vou dizer uma coisa, acho que o tal (a)Amor é mais do que posso dar. Isto é, não me sinto ainda digna de tal coisa, ainda tenho demasiadas minuciosas partes egoistas. Não quero dizer com isto que para amar alguém temos que nos anular e fazer tudo pelo o outro, sermos o outro, deixarmos de ser nós mesmos...
Será esta a explicação?É verdade valorizo demais algo que simplesmente se deve sentir, não questionar tanto e essas coisas, levo isto a um extremo oposto do que sociedade defende.
A realidade é esta: hoje em dia, depois de um mês (tanto?), já toda a gente ama toda a gente, já tudo é belo e maravilhoso e essas coisas todas... Para mim tal coisa é impossivel. Mas depois não encontro melhor tentativa de explicação sobre este assunto se não for ao extremo da questão. Raios.
Vá, só queria mesmo dizer que vocês me fazem rir com a cara de "coitado do rapaz"...
A melhor de todas foi "já sei o que é que fazes com o teu namorado, já que não o amas... Vi num filme, e pensei em ti, vou-te esclarecer!"
Lá porque não lhe chamo isso, ou por não saber que é isso, ou lá porque vocês insistem em achar que é isso, ou porque não conseguem simplesmente ver ou perceber outra coisa que isso, ou porque se limitam a nem pensar que poderão não saber que é isso, ou sei lá porquê...
desculpem, não serei como vocês, não o direi porque os outros acham que é a lei natural, porque não há mais nada que se possa dizer, porque é chato e chocante não o dizer, ou sentir, ou pensar ou lá o que é...
Acho que não o dizer é uma questão de respeito. Isto é, sou incapaz de dizer "amo-te" (não o disse, só escrevi =) ) porque "me parece" que o sinto depois de um ano, e depois, como acontece em muitas relações, duvidar, desconfiar, pensar coisas e não as dizer, não estar atenta quando ele está triste ou perguntar como é que está, mesmo estando tudo bem, não o colocar acima das minhas minuciosas pequenas "egoistices"...
Para mim não se trata bem da palavra, mas sim do enorme compromisso em assumi-la, em fazer o que lhe está sujacente.
É uma questão de respeito sim, pelo o outro, pelos meus principios, pelas Vontades, pela Vida, caminho e Coração do outro.
Será que se percebe?
Para mim o caminho percorrido, a lista de tarefas a cumprir até se amar alguém é bem maior do que vocês me querem levar a acreditar.
A ti, meu querido, tenho a dizer que sabes como é :)
Achas que é isso que nos faz não sonhar?
Eu sonho contigo, connosco.
Tu completas o triangulo.
Basta?

4 comentários:

  1. acho optimo nao aceitares acriticamente o que dizem (conselhos?) enfim, para dizer ha sempre muito que se diga e por isso tambem decidi dizer algo; contudo, por outro lado, parece que nao te debruças muito tempo sobre todas as outras opinioes que aqui expoes e que parecem tao bem completar a tua ideia...

    Por aí ouve-se cantar que Deus é Amor, curiosamente é muitas linguas: coincidencia?

    Na minha opinião estas a querer complexificar o conceito mais simples da historia das palavras.

    Costumo festejar a Páscoa, tomo-a como a principal festa do Cristianismo, isto porque, para mim, é nestes dias que o mundo se depara com o verdadeiro significado do Amor: o despojar de tudo e de ti pelo que amas, a simplicidade de conseguires dar a vida pelos que amas.
    Amo os meus pais e a pessoa que tenho ao meu lado, e a eles consigo dizer que os amo, porque sei que daria a minha vida por eles. tens razao em dizer que sao amores diferentes, mas que interessa que a razao os distinga e lhes dê nomes diferentes? que interessa racionalizar este(s) amor(es) se a essencia é a mesma e o sentimento sabe distingui-los e prostra-se sob a sua existencia?
    Se os conselhos fossem bons vendiam-se, mas ainda assim, deixo o meu, nao compliques o que é simples, nao queiras dar nomes, continua a rir-te quando dizer "coitado do teu namorado", sente apenas esse amor que é de Deus por ti manifestando-se de qualquer uma dessas maneiras, sente-te digna de qualquer forma de manifestação de amor que nutres e te dão porque senao deixaria de fazer sentido festejar o Natal...

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  2. Bem...
    ...fifi...nem se bem o que dizer do teu texto ...acho que tivemos inúmeros debates e discussões para, de forma diferente, mas no fundo igual, termos as mesmas formas de agir!!! O que me leva à questão mais profunda de "que banha da cobra vendes tu?"...

    Quanto ao comentário "Anónimo" (mas que me parece ter algumas demonstrações religiosas...o que de certa forma reduz o "espólio" de possibilidades)...concordo que às vezes as pessoas complicam...mas, não será de uma simplificação extrema que surgem as atrocidades relacionais que hoje vivenciamos? e não estou a falar de (a)Amor...estou a falar de relações..entrega...partilha...saber dar e receber..saber construir de olhos no outro, mas não deixando de olhar para si...

    Se existe ou não...cada um tem a sua própria resposta, com base nas suas próprias premissas...contudo...se funciona bem assim, para quê forçar? para quê assumir algo só pq os outros esperam que seja assim? pq forçar algo que até pode nem se ter ou não se acreditar q seja daquela forma (com aquela palavra) que o sentimento se manifesta?

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  3. Querido rafa, estava mesmo à espera que comentasses este texto. Pensei algumas vezes em questões que tu farias ao que eu escrevia que me fizeram completar as frases.

    Bem, há uma coisa que nos diferencia, lá porque afirmo que não sei o que é, não o nego à partida.

    Tu não acreditas no Amor que se "vende" por aí, ou seja, as pessoas descrevem paixão dizendo que é Amor e tu não o aceitas, o tal "amo-te" de adolescentes. Simples.

    Se assim é, estamos de acordo.

    Mas acho que existe outro, esse sim, que não vemos tantas vezes, mas que há exemplos dele. Talvez o tal que se apresenta entre uma casal de velhotes quando um deles está doente e o outro lhe conta histórias imaginadas para o momento não ser tão doloroso.

    É nisto que acredito. É isto, mesmo que não se explique e todas essas tretas.

    Também sei bem que lhe dás outros nomes, outros sentimentos. Talvez o Amor seja esse conjunto.

    Eu não "vendo" nada, acho que ficou explicito que não sei o que é, que não sei se o sinto, que não sei muitas coisas, mas acredito que exista, pelos exemplos, como já disse.

    Acho que não tivemos assim tantas discussões sobre isto, acho que foram para aí umas duas, porque desisti sempre, porque sempre achei, como disseste agora, que falamos do mesmo, mas com nomes diferentes.

    És sempre do contra e eu não vou sempre muito à bola com isso. Portanto, ignoro-te =) no bom sentido, claro!

    Há outra coisa em que estamos de acordo, na tal extrema simplificação do conceito.

    O anónimo diz que se complica, mas depois vemos pessoas descrentes como tu pelas estupidezes que fazem com esta palavra todos os dias, com o raio do "amo-te" depois de uma semana de troca de mensagens, com a banalização e desgaste enorme das relações, com as acções egoistas que vêm logo depois de um beijo...

    Sim rafa, nao se tem que assumir nada porque os outros querem. A mim deixa-me confusa a quantidade de pessoas que me dizem "coitado do rapaz", principalmente pq julgam que o sentimento está incluido no kit da relação a curto curto prazo e é preciso ir à loja mandar completar ou até trocar.

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  4. Anónimo, eu até tinha feito um comentário ao teu, mas lá se foi a net e lá o perdi.
    Vou tentar escrevê-lo de novo.

    Primeiro: "quem és?"
    Pensei em pelo menos 4 pessoas, mas depois exclui o rafa pela falta da tão habitual presença de "..." =)

    Colocas outro assunto dificil no que para mim já era complexo.
    Acho que fizes-te muito bem, acertas-te num outro ponto mais dificil para mim.
    Deus.

    Bem, desculpa, mas terei que dizer que ainda sou demasiado prematura, imatura, ignorante e outras coisas mais, para entender o facto de Deus ter dado a vida por nós. Nunca percebi muito bem, por mais que me expliquem este acontecimento.
    Não o sentimento que esta subjacente, mas a razão por dizerem que deu a vida por nós. Podes explicar?

    Não me debruço noutras opiniões que refiro por uma razão simples: o texto já dava para preencher 3 páginas do Word e ainda não tinha falado do assunto que me tinha trazido aqui, por isso voltei atrás e tirei o que considerei "extras". O que é de mais cansa e lá teve que ser =)

    Disses-te algo que concordo em pleno: o Amor é "o despojar de tudo e de ti pelo que amas, a simplicidade de conseguires dar a vida pelos que amas. Amo os meus pais e a pessoa que tenho ao meu lado, e a eles consigo dizer que os amo, porque sei que daria a minha vida por eles." (tirando a parte de conseguir dizer que amo...)

    Mas depois acho que há uma contradição, ao dizeres que isto é simples.

    Se calhar para quem ama assim o será e se assim for, esta ideia reforça a minha quando digo que a lista de tarefas para se amar é maior do que pensamos e acho que me falta alguns v´s.

    Acho que mesmo que te diga que consigo dizer que daria a vida pela minha mãe, pela pessoa que tenho ao meu lado, parece que não me chega... è isso o amor?

    acho que ja nao estou a conseguir dizer o que queria...

    Em grande parte das vezes penso "oh Andreia tu é que és parva, então estas coisas lá precisam de ser pensadas, sentem-se, não há cá diferenças entre o amor pelo pai, pelo amigo, pelo marido, amor é amor e acabou-se!".

    Mas depois insisto em pensar numa diferença de algo que não sei se sinto.

    É medo do compromisso que se assume quando se sente tal coisa, porque se digo que amo, não me dou espaço para falhar com essa pessoa, se digo será mesmo a sério. Estupidez, não é? Não digo para poder falhar, pelos vistos...

    Bem, outra questão que levantas "sente apenas esse amor que é de Deus por ti".

    Acho que não o sei sentir.
    Isso, definitivamente, é mesmo outra questão para mim. Não se trata de acreditar na sua existência, mas sim de me ajoelhar, rezar, senti-lo e depois trazê-lo para fora desse momento. Expliquei bem? Eu sinto algo quando me falam dele, quando oiço a sua palavra, mas depois... Levo-me pelo facilitismo que é não "lutar" por ele, que é não conseguir colocá-lo na minha vida, na consciência de o ter presente nos meus actos... Ele está, mas não o sinto.

    Já tive muitos momentos em que disse "é desta", mas depois fui fraca.

    Acho que é medo que tenho de fazer o mesmo com as outras pessas que me leva a nao dizer que amo o que devia (?), o que podia(?) o que amo (?).

    E agora, já me podes dizer quem és? =)

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