Bolas de sabão flutuantes...
Folhas de árvore que voam com o vento como se tivessem fios transparentes (ou mágicos) que a levam para cima, para o céu...
Olho para a rua, pelo vidro do autocarro.
Recordo aquele sorriso que já não vejo, aquela voz que já não oiço, o calor que já não sinto, o cabelo que já não corto.
Lembro-me que naquela manhã queria ter ido visitar-te.
Penso no que seria de mim se o tivesse feito.
Sempre me fez impressão não teres os óculos quando lá estiveste.
Eu já lá estive sem óculos. E não gostei mesmo nada, sentimo-nos claustrofóbicos.
Bolas de papel de furadores.
Muitas.
Passeios com música a tocar na cabeça que não nos dá vontade de parar.
Teorias longínquas de desconhecidos que nos ajudam sem saberem porquê.
Deve ser o Amor que nos faz viver, mas enquanto não sabemos, enquanto não o dizemos...Ficamos.
"Mesmo quando já não fores bonito eu vou gostar de ti. Porque gosto de ti."
E é esta a minha forma de dizer aquilo que não digo.
E já devias de saber que em mim há coisas que nunca se irão perceber, coisas que vou ter sempre dificuldade em dizer se não me ensinares, se não deres o primeiro passo.
Acho que todos temos medo de dizer coisas e um dia nos arrependermos de o dizer.
Eu tenho medo por não querer falhar.
Todos precisamos de um espaço para falhar. Mas eu não me permito.
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