sexta-feira, 4 de março de 2011

Parabéns


E foi assim.
As cadeiras ficaram ocupadas. Os risos ficaram preenchidos. Os pratos ficaram vazios.

Na verdade... Na verdade foi ainda melhor que isto.

Na verdade, naquelas horas, nada podia ser melhor.

Até as velas que não se apagavam, até a salada sem cebola, os copos enfeitados com uma fita do mickey, as entradas que não se comeram, o bolo.. ai o bolo...

Não tenho jeito para receber prendas, para agradecer, para ter um momento dedicado a mim. Não tenho, pronto.
E não é mania, é assim, fico constrangida como se fosse empurrada para o palco e tivesse que cantar uma música para um público qualquer...
E faço para que as atenções se desviem.

Eramos 5.

Não sei que dizer mais de forma a não parecer trivial.

Não sei, porque foi mesmo bom.

Foi como se... como se fossemos todos amigos há anos e estivéssemos ali na cavaqueira porque alguém decidiu fazer um jantar.

Foi...familiar.

E acho que sim, que ao dizer isto tudo se explica.

Queria que fosse assim mais vezes.

Queria que como ali, as pessoas lidassem umas com as outras sem constrangimentos e silêncios de desconhecidos.

A minha forma de agradecimento será feita, será dita de outras formas, será.

Acho que nos últimos tempos cheguei a uma conclusão: em todos os momentos da nossa vida temos as pessoas que nesse momento são precisas... Isto é, aparecem-nos as pessoas que deviam aparecer e todas elas têm uma função. Num determinado momento é-nos colocada uma pessoa para nos ajudar nalguma coisa.

Penso muitas vezes: "Era mesmo assim uma pessoa como tu que devia estar aqui, a peça do puzzle"

Será que dá para perceber?

Acho mesmo que até as pessoas "más"/que nos prejudicam, servem para alguma coisa...

Acho que voltei ao lema de não haver coincidências.

No final do dia olho para o bilhete que me deixaram na manhã dos parabéns e... :) Fogo... :)

"Princesa, o pequeno-almoço está na mesa, podes vir"

"Toma, comprei com a Márcia e guardei um para ti"

Senti como se estivesse na minha casa e tivesse feito quase tudo para que se sentissem todas à vontade.
Sinto que... Tenho o coração cheio. Que estou bem.

E esse sentimento é bom.

Até mesmo quando a última chamada do dia a dar beijinhos de parabéns parecia a voz da minha avó. Até mesmo quando ia deixar cair a lágrima por te saudades da voz dela que já não me lembro. Sim...acho que já não lembro.

Mas lembro-me bem do som dos beijos dela.
Isso sim.

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